Esse blog foi criado visando o registro de atividades do curso de Formação Continuada de Tutores, realizado pelo SECADI/ Instituto UFC Virtual, em 2012.2. Serão relatados aqui discussões, experiências, dificuldades e desafios próprios do papel do tutor à distância. Tutoria da formação: Fernando Antônio de Castelo Branco e Ramos. Coordenação: Raquel Freire.
sexta-feira, 16 de novembro de 2012
quarta-feira, 14 de novembro de 2012
Autonomia em EAD
Pra ampliar um pouco mais a discussão sobre a autonomia do aluno na educação à distância, compartilho o artigo Autonomia em EAD: uma construção coletiva. Nesse texto os autores fazem uma (re)construção do próprio conceito de autonomia, ressaltando a relação professor-aluno no processo ensino-aprendizagem e estabelecendo uma comparação entre a que chamam "pedagogia da dependência" e "pedagogia da autonomia", seus pressupostos, objetivos e características. Segue um trecho do artigo.
A autonomia pressupõe que o aprendiz estabeleça uma agenda pessoal que guiará/organizará seus estudos, tome iniciativas “moldando” sua própria aprendizagem e tenha capacidade de avaliar o sucesso deste processo. De acordo com esta definição, “a autonomia do aprendiz requer não só a aprendizagem mas, aprender a aprender.” No entanto, embora os termos utilizados (agenda pessoal, iniciativa e auto-avaliação) enfatizem a individualidade de cada aprendiz, a autonomia é produto de um processo interativo definido pela essência interdependente de cada indivíduo como ser social que é. Deve-se, portanto, reconhecer que a autonomia do aprendiz é muito mais um produto da interdependência do que da independência. Sendo assim, os aprendizes devem ser ajudados a adquirir autonomia por meio de um processo de interação semelhante a aprendizagem formal (...)
Fonte: WISSMANN, Liane Dal Molin. Autonomia em EaD – uma construção coletiva. In:POMMER, Arnildo; SILVA, Enio Waldir da, WIELEWICKI, Hamilton de Godoy,WISSMANN, Liane Dal Molin Wissmann, VERZA, Severino. Educação superior na
modalidade a distância – construindo novas relações professor-aluno. Série Textos Didáticos. Ijuí: Editora Unijuí, 2006.
Fonte: WISSMANN, Liane Dal Molin. Autonomia em EaD – uma construção coletiva. In:POMMER, Arnildo; SILVA, Enio Waldir da, WIELEWICKI, Hamilton de Godoy,WISSMANN, Liane Dal Molin Wissmann, VERZA, Severino. Educação superior na
modalidade a distância – construindo novas relações professor-aluno. Série Textos Didáticos. Ijuí: Editora Unijuí, 2006.
Para leitura na íntegra acesse o link:
sábado, 3 de novembro de 2012
Atividade 1- Aula 03
UFC - Universidade Federal do Ceará / Instituto UFC Virtual
Pró-Reitoria de Pós-Graduação/ Coordenadoria de Pesquisa, Informação e Comunicação de Dados/ Divisão de Planejamento e Ensino .
Curso: CFCT - Curso de Formação Continuada de Tutores Turma 2012/2 . Turma: T-21- MEC/SECADI - Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão
Aula 03- Atividades Portfólio e Chat - Análise dos 5 Pilares de Paulo Freire para a Comunicação
Coordenação : Dra. Raquel Santiago Freire
Professor Formador: Fernando Antonio de Castelo Branco e Ramos
Cursista: Maria Alda de Sousa
Data: 03/11/2012
Em tempos de relações sociais racionalizadas, o que
vale também pra educação, o pensamento
freiriano é um convite a prática de valores humanos que parecem por vezes
adormecidos. Despertar a amorosidade, a humildade, a fé na humanidade, a
esperança e o pensamento crítico é um imperativo! O próprio Freire em Pedagogia da Autonomia questionava: Como
ser educador, se não desenvolvo em mim a indispensável amorosidade aos
educandos com quem me comprometo e ao próprio processo formador de que sou
parte? Como posso respeitar a curiosidade do educando se, carente de humildade
e da real compreensão do papel da ignorância na busca do saber, temo revelar o
meu desconhecimento? Como ser educador sem aprender, com maior ou menor
esforço, a conviver com a diferença? São perguntas que devemos nos fazer
constantemente.
Mas ensinar também exige alegria e esperança! Essa faz parte da natureza humana. Contradição seria se, inacabado e consciente do inacabamento, o ser humano não se inscrevesse ou não se achasse predisposto a participar de um movimento constante de busca e se buscasse sem esperança. É preciso, portanto, cultivar a esperança a fim de se dar prosseguimento a história, evitando o mal da desesperança, que é sua negação, e do determinismo. A história é possibilidade que faz e se refaz através de um movimento dialético, entre o fazer e o pensar sobre o fazer. Emerge daí um outro pressuposto freiriano: ensinar exige reflexão crítica sobre a prática, ou seja, exige a superação de uma curiosidade/ conhecimento ingênuo a uma curiosidade epistemológica e um conhecimento crítico, pois é pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática. Mas de que método podemos lançar mão para tal feito?
A resposta freiriana nos remete a um método utilizado desde a Antiguidade grega, por filósofos como Sócrates. O diálogo. O diálogo pressupõe respeito aos saberes do educando e sua autonomia intelectual face a construção do conhecimento. É no respeito entre mim e ele(a)s, na coerência entre o que faço e o que digo, na minha disponibilidade e exercício de escuta atenta, que construo, paulatinamente, a segurança indispensável a ação docente, seja num modelo de ensino tradicional, seja no ensino a distância. Mas essa segurança não repousa na falsa suposição de que sei tudo. Ao contrário, ela se funda na percepção e na convicção de que sei algo e de que ignoro algo. De um conhecimento inconcluso e inacabado.
Como nos lembra Paulo Freire, testemunhar a abertura aos outros, a disponibilidade curiosa à vida, a seus desafios (que são tantos!), são saberes necessários à prática educativa. É também por meio do diálogo que mostramos uma postura aberta, e não mera transmissão de conhecimentos, reveladora de uma postura autoritária e de ideologias que também se fazem presentes na sala de aula, seja ‘real’ ou virtual. O ensino, portanto, não é neutro. O pensamento freiriano, de orientação marxista, se faz cada vez mais vivo e traz lições essenciais para orientação de nossas ações educativas. Eis nosso desafio!
Mas ensinar também exige alegria e esperança! Essa faz parte da natureza humana. Contradição seria se, inacabado e consciente do inacabamento, o ser humano não se inscrevesse ou não se achasse predisposto a participar de um movimento constante de busca e se buscasse sem esperança. É preciso, portanto, cultivar a esperança a fim de se dar prosseguimento a história, evitando o mal da desesperança, que é sua negação, e do determinismo. A história é possibilidade que faz e se refaz através de um movimento dialético, entre o fazer e o pensar sobre o fazer. Emerge daí um outro pressuposto freiriano: ensinar exige reflexão crítica sobre a prática, ou seja, exige a superação de uma curiosidade/ conhecimento ingênuo a uma curiosidade epistemológica e um conhecimento crítico, pois é pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática. Mas de que método podemos lançar mão para tal feito?
A resposta freiriana nos remete a um método utilizado desde a Antiguidade grega, por filósofos como Sócrates. O diálogo. O diálogo pressupõe respeito aos saberes do educando e sua autonomia intelectual face a construção do conhecimento. É no respeito entre mim e ele(a)s, na coerência entre o que faço e o que digo, na minha disponibilidade e exercício de escuta atenta, que construo, paulatinamente, a segurança indispensável a ação docente, seja num modelo de ensino tradicional, seja no ensino a distância. Mas essa segurança não repousa na falsa suposição de que sei tudo. Ao contrário, ela se funda na percepção e na convicção de que sei algo e de que ignoro algo. De um conhecimento inconcluso e inacabado.
Como nos lembra Paulo Freire, testemunhar a abertura aos outros, a disponibilidade curiosa à vida, a seus desafios (que são tantos!), são saberes necessários à prática educativa. É também por meio do diálogo que mostramos uma postura aberta, e não mera transmissão de conhecimentos, reveladora de uma postura autoritária e de ideologias que também se fazem presentes na sala de aula, seja ‘real’ ou virtual. O ensino, portanto, não é neutro. O pensamento freiriano, de orientação marxista, se faz cada vez mais vivo e traz lições essenciais para orientação de nossas ações educativas. Eis nosso desafio!
Referência:
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes
necessários a prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
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